segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ROTEIRO PARA REDAÇÃO DO TEXTO

1- O que foi a atividae?

2- Qual a dificuldade encontrada para responder e desenvolver a atividade? Por queê?

3- A atividade contribuiu na sua formação? Por Quê?

sábado, 24 de setembro de 2011

TIPOLOGIA TEXTUAL

dici.ibict.br/archive/00001095/01/aimportanciadaleitura.pdf 
Link do Texto "A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE".

Texto Mario Quintana

O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana
http://pensador.uol.com.br/autor/mario_quintana/6/
Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ASSUNTO: PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos demonstram a posição de um elemento qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço, no tempo ou no próprio discurso.
Eles se apresentam em formas variáveis (gênero e número) e não variáveis.
 
 
                                            Pronomes Demonstrativos
 
Primeira pessoa Este, estes, esta, estas, isto
Segunda pessoa Esse, esses, essa, essas, isso
Terceira pessoa Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo
- As formas de primeira pessoa indicam proximidade de quem fala ou escreve:

Este senhor ao meu lado é o meu avô.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indicar também o tempo presente em relação a quem fala ou escreve.

Nestas últimas horas tenho me sentido mais cansado que nunca.

- as formas de segunda pessoa indicam proximidade da pessoa a quem se fala ou escreve:

Essa foto que tens na mão é antiga?

- os pronomes de terceira pessoa marcam posição próxima da pessoa de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores.

Aquela foto que ele tem na mão é antiga.


Uso do pronome demonstrativo

Os pronomes demonstrativos, além de marcar posição no espaço, marcam posição no tempo.

- Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da fala.

Neste instante minha irmã está trabalhando.

- Esse (e flexões) marca um tempo anterior relativamente próximo ao ato da fala.

No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse mesmo mês comprei meu apartamento.

- Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala.

Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época podia-se caminhar à noite em segurança.

Os pronomes demonstrativos servem para fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

- Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.

Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

- Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso.

Que seja muito feliz: é isso que espero.

- Este em oposição à aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados, este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.

Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

- O (a, os, as) são pronomes demonstrativos quando se referem à aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.

Recuso o que eles falam. (aquilo)

- Mesmo e próprio, pronomes demonstrativos, designam um termo igual a outro que já ocorreu no discurso.

As reclamações ao síndico não se alteram: são sempre as mesmas.

*são usados como reforço dos pronomes pessoais.

Ele mesmo passou a roupa.

*como pronomes, concordam com o nome a que se referem.

Ela própria veio à reunião.
Eles próprios vieram à reunião.

 www.brasilescola.com/gramatica/pronomes-demonstrativos.htm

ATIVIDADE EM SALA 30/08/2011

1) Observe as palavras destacadas nas frases abaixo. Trata-se de casos de "impropriedade vocabular", ou seja, de palavras cujo significado não é adequado para o uso a que foram destinadas. Sua função é substitui-las por termos mais apropriados. Compare os seus resultados com os de seus colegas.

a) Os quatro rapazes sumidos na Serra do Mar foram encontrados ontem.
Resp. desaparecidos/ perdidos

b) Num laboratório da Universidade Federal do Rio Grande d Norte, foi achada uma célula capaz de retardar o desenvolvimento do cancêr.
Resp. descoberta

c) Muitos banhistas sofreram queimaduras de pele devido à violenta luz do sol. 
Resp. intensa

d) O time foi fazer uma excursão na Europa para que os jogadores ganhem mais vivência.
Resp. experiência

e) Os parlamentares apresentaram sua intensão de investigar o caso.
Resp. manifestaram / falaram

f) Os alunos das escolas estaduais terão aulas aos sábados para botar a programação.
Resp. atualizar

g) O futuro é enigmático.
Resp. incerto/ duvidoso

h) Suas críticas são demasiadas.
Resp. ecessivas

i) Depois de negar várias vezes, o deputado repentinamente assumiu sua culpa.
Resp. inesperadamente

j) Será implantada uma refinaria na Baixada Fluminense.
Resp. instalada

k) A SUNAB irá divulgar a tabela de preços a ser implantada a partir de segunda-feira.
Resp.seguida

l) A reunião marcada na terça-feira aconteceu com a presença de todos os ministros.
Resp. realizou-se/ ocorreu



Material didático organizado por Prof. jacqueline Andrade.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ATIVIDADES EM SALA

TIPOLOGIA TEXTUAL
NARRAÇÃO:  Desenvolvimento de ações. Tempo em andamento.

Narrar é contar história. A Narração é uma sequência de ações que se desenrolam na lina do tempo, umas após a autra. Toda ação pressupõe a existência de uma personagem o que pratica em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço, e tempo em desenvolvimento. Os outros dois da narrativa são: narrador e enredo ou trama.

A Narração envolve:
I. Quem? Personagem;
II. Quê? Fatos, enredo;
III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
IV. Onde? O lugar da ocorrência;
V. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
VI. Por quê? A causa dos acontecimentos;

DESCRIÇÃO:  Retrato através de palavras. Tempo estático

Descrever é um pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrrativo, fundamentalmente por não se preocupar com sequência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um  ou vários objetos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma franção da linha cronológica. É a foto de um instante.

A descrição pode ser estática ou dinâmica.

A descrição estática não envolve ação. Ex: Uma velha gorda e suja.
A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como uma fotografia.

DISSERTAÇÃO:  Desenvolvimento de idéias, Temporais/ Atemporais.

Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juizo, de pensamentos, de raciocínio sobre um assunto ou tema.
Quase sempre os textos quer literários, quer científicos, não se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou discertativos. Normalmente um texto é um complexo, uma composição, uma redação, onde de misturam aspectos descritivos, com momentos narrativos e dissertativos e, para classificá-los como narração, discertação ou descrição, procure observar qual o componente predominante.

Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de compósição, e quanto maior a fundação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.


EXERCÍCIOS

A) Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentada:

(1) descrição     (2) narração   (3) dissertação

(2) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina dawuela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respodeu que havia um vilarejo a dez quilômetros dali.  (Narração discurso indireto)

(2)  O rapaz, depos de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia, perguntou:
__ Onde fica a cidade mais proxima?
__ Há um vilarejo a dez quilômetros daqui__ respondeu o funcionário. ( Narração com discurso direto)

(1) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de aguás cristalinas. Através delas, vemos dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta desse lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de tranquilidade e aconchego.

(3) Acreditamos firmimente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que as elaboram não contarem co apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidades conscientes.

(2) As crianças sabiam que a presença daquele cahorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala á espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsa-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.

(1) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12° andar de um edifício da Av Paulista. D lá avistava toso os dias a movimentação incessante dos trauseuntes, os frequentes congestionamentos os automóveis e a beleza das arrojadas construções que se sucediam do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com magestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso.

(3) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são inclaculáveis os danos que o homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns dos aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por tornar esta terra inabitável.

(2) O candidato à vaga de administrados entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado. O dono da firma entrou, sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porém, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informado de que lugar era seu.

(2) Estava parado no ponto de ônibus, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o pegou com todo o cuidado, abriu e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.

(1) O objeto tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. É constituido por um único fio metálico que, dando duas voltas sobre sí mesmo, assume a configuração de dois desenhos (um dentro do outro), cada um deles apresentando uma forma específica. Essa forma é composta por duas figuras geométricas: um retângulo cujo lado maior apresenta aproximadamente três centímetros e um lado menor a cerca de um centímetro e meio; um dos seus menores é, ao mesmo tempo, a base de um triângulo equilátero, o que acaba por torna-lo um objeto ligeiramente pontiagudo.



(3) A televisão aliena o homem por requisita-lo inteiramente para sí, uma vez que as iunformações que traz são bombardeadas em frações de segundos, não pérmitindo o menor desvio de sua atenção e nem uma reflexão mais aprofundada devido á rapidez e à quantidade de informações.


domingo, 11 de setembro de 2011

TEXTO TRABALHADO EM SALA

AS PALAVRAS

Há alguns anos, o Dr. Johnson O’Connor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a um teste de vocabulário cem alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais (industrial executives), os executivos. Cinco anos mais tarde, verificou que os dez por cento que haviam revelado maior conhecimento ocupavam cargos de direção, ao passo que dos vinte e cinco por cento mais “fracos” nenhum alcançara igual posição.
Isso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário; outras qualidades se fazem, evidentemente, necessárias. Mas parece não restar dúvida de que, dispondo de palavras suficientes e adequadas à expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros cujo acervo léxico seja insuficiente ou
medíocre para a tarefa vital da comunicação.
Pensamento e expressão são interdependentes, tanto é certo que as palavras são o revestimento das idéias e que, sem elas, é praticamente impossível pensar. Como pensar que “amanhã tenho uma aula às 8 horas”, se não prefiguro mentalmente essa atividade por meio dessas ou de outras palavras equivalentes? Não se pensa in vacuo. A própria clareza das idéias (se é que as temos sem palavras) está intimamente relacionada com a clareza e a precisão das expressões que as traduzem. As próprias impressões colhidas em contato com o mundo físico, através da experiência sensível, são tanto mais vivas quanto mais capazes de serem traduzidas em palavras – e sem impressões vivas não haverá expressão eficaz. É um círculo vicioso, sem dúvida: “...nossos hábitos lingüísticos afetam e são igualmente afetados pelo nosso comportamento, pelos nossos hábitos físicos e mentais normais, tais como a observação, a percepção, os sentimentos, a emoção, a imaginação”. De forma que um vocabulário escasso e inadequado, incapaz de veicular impressões e concepções, mina o próprio desenvolvimento mental, tolhe a imaginação e o poder criador, limitando a capacidade de observar, compreender e até mesmo de sentir. “Não se diz nenhuma novidade ao afirmar que as palavras, ao mesmo tempo que veiculam o pensamento, lhe condicionam a formação. Há século e meio, Herder já proclamava que um povo não podia ter uma idéia sem que para ela possuísse uma palavra”, testemunha Paulo Rónai em artigo publicado no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, e mais tarde transcrito na 2ª edição de Enriqueça o seu vocabulário (Rio, Civilização Brasileira, 1965), de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Portanto, quanto mais variado e ativo é o vocabulário disponível, tanto mais claro, tanto mais profundo e acurado é o processo mental da reflexão. Reciprocamente, quanto mais escasso e impreciso, tanto mais dependentes estamos do grunhido, do grito ou do gesto, formas rudimentares de comunicação capazes de traduzir apenas expansões instintivas dos primitivos, dos infantes e... dos irracionais.
GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa
Moderna. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. P. 155-6

Atividade


I. Identificar a estrutura do texto
a. Introdução
Resp.:
1º parágrafo: Narrativo. 
Há alguns anos, o Dr. Johnson O’Connor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a um teste de vocabulário cem alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais (industrial executives), os executivos. Cinco anos mais tarde, verificou que os dez por cento que haviam revelado maior conhecimento ocupavam cargos de direção, ao passo que dos vinte e cinco por cento mais “fracos” nenhum alcançara igual posição.
 
b. Desenvolvimento
 2º Parágrafo: Dissertativo. 
sso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário; outras qualidades se fazem, evidentemente, necessárias. Mas parece não restar dúvida de que, dispondo de palavras suficientes e adequadas à expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros cujo acervo léxico seja insuficiente ou
medíocre para a tarefa vital da comunicação.
c. Conclusão
 Portanto, quanto mais variado e ativo é o vocabulário disponível, tanto mais claro, tanto mais profundo e acurado é o processo mental da reflexão. Reciprocamente, quanto mais escasso e impreciso, tanto mais dependentes estamos do grunhido, do grito ou do gesto, formas rudimentares de comunicação capazes de traduzir apenas expansões instintivas dos primitivos, dos infantes e... dos irracionais.

2. Classificar o texto quanto a tipologia e justificativa. Em seguida ilustrar com uma passagem do texto.
O texto é dissertativo.
Um texto dissertatio se apresenta na seguinte organização: introdução, desenvolvimento e conclusão. Esse texto diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juízo, de pensamento, de raciocínio sobre um assunto ou tema onde normalmente o autor expõe seu ponto de vista.

3. Sublinhar a frase síntese de cada paragráfo
Resp. Há alguns anos, o Dr. Johnson O'Connor, do Laboratório de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a um teste de vocabulário cem alunos de um curso de formação de dirigentes de empresas industriais (industrial executives), os executivos.
Isso não prova, entretanto, que para vencer na vida, basta ter um bom vocabulário; outras qualidades se fazem, evidentemente necessárias.
Pensamento e expressão são interdependentes, tanto é certo que as palavras são o revestimento das ideias e que, sem elas, é praticamente impossível pensar.
Portanto, quanto mais variado e ativo é o vocabulário disponível, tanto mais claro, tanto mais profundo e acurado é o processo mental da reflexão.
  

TIPOLOGIA TEXTUAL: MÚSICA

Por que ler um livro? Matéria Rima
Refrão:

Livros foram feitos pra se ler
Tente entender
Livros foram feitos pra se ler

Por que ler um livro? Ah, te digo já
Abra, sente-se, vamos viajar
Do começo até o fim Via-Láctea
Turbilhões de emoções, lendo obras de Camões
Nesse veículo sem botão que te leva pra outra dimensão
A cada segundo, a volta será ao mundo
Se você for a fundo com isso
Um role pelo Cortiço e conheça minha quebrada
Paulicéia Desvairada, Vidas Secas quase nada
Há muitos Miseráveis esquecidos
Talentos escondidos que já nascem sem dinheiro e preto
Tipo Lima Barreto que através da escritura, leitura se destacou no gueto
É desse jeito a reação, conhecimento, explosão
Descobrimento, Admirável Mundo Novo anseio
Nós, ele, tu, eu, leio;
Lês, lê, lemos, releio
E entendo melhor ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Em cima do pra que ler é fácil explicar
...Livros à mão cheia é germe que faz pensar...
Na história de Monteiro Lobato
Que mesmo com perdas não se demonstrou fraco
Saiu de São Paulo e foi morar no Rio
Começou a escrever para as crianças do Brasil
O homem que,até hoje, está na memória nacional
Tipo um gol na final . Então, se liga na parada:
Quem não lê, não Sabinada.

Refrão

A Relíquia na estante garante
Eternidade em um instante emocionante
Lidas, sofridas histórias desconhecidas
Emoções não vividas, cinzas ao céu
Fogo Morto no papel, frases soltas ao léu
Material pra reciclagem higiênico ou embalagens
Figuras e linguagens, desprezadas com horror
Sugerindo aroma, sugerindo sabor
A poeira dominou, ninguém se arriscou
Ninguém deu valor ficou perdido, então
Sem ler o itinerário do busão
É mau cara-cara, áudio-visual
Instalado, dublado, masterizado, artificial tudo igual
Geração coca-cola na frente do aparelho
Ao invés de ir pra escola
Se liga, meu, escreveu não leu o pau comeu
Minha avó sempre dizia minha mãe sempre falou
O mundo cada vez mais obriga Morte Vida Severina
Então, se liga na parada: Quem não lê, não Sabinada.

Pode crê, preste atenção, porque agora é tudo com você
Nunca é tarde pra se ler

http://www.vagalume.com.br/materia-rima/livro-um-ler-que-por.html#ixzz1XhYT0OXU

TIPOLOGIA TEXTUAL: CHARGE















terça-feira, 6 de setembro de 2011

NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo. Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas. "A vida é um fardo" − isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, devia ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista: "O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!" O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois
nada foge ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada. (Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. v. único. p. 275-276)

Atividade
Explorando o texto:

1.Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.
Resp.: São aqueles leitores que leêm mas que não se atentam à mensagem a qual o autor quer passar. É um leitor disperso que não interpreta de forma crítica o que o texto diz.

2.Como você classificaria um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique
Leitor dorminhoco não interpreta o que lê, semidesperto se atém um pouco ao real sentido do texto e o leitor atento nada escapa às suas vistas, ele entende, interpreta e contexta criticamente os acontecimentos à sua volta.

3. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?
4. Por que os sete sábios da Grécia deveriam ser a tábua de salvação das conversas?
5. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?
6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "A mente apavora o que ainda não mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?
7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atentoem relação à frase: "o Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?

Classificação do texto: Dissertativo.
Justificativa:


CURIOSIDADES!

PLUTARCO:

Plutarco, historiador e moralista grego que viveu entre os anos 50 a 120, volta ser editado no Brasil. Foi o maior biografo da Antiguidade Clássica, autor das "Vidas Paralelas". Obra famosa na cultura ocidental por conter relatos sobre as vidas de Alexandre, Julio César, o orador Demóstenes e o grande advogado e filósofo Cícero. É uma coleção de narrativas sobre figuras ilustres do mundo greco-romanos: imperadores, reis, príncipes, aristocratas, estadistas, oradores, generais, e conquistadores, que deixaram para sempre o seu nome nos anais da história

Plutarco – Vidas Paralelas. São Paulo: Editora Paumape, 1991, IV v.


OS SÁBIOS DA GRÉCIA:

Aos Sete Sábios da Grécia eram atribuídas grande quantidade de máximas e preceitos - sentenças proverbiais -, por todos conhecidas. Algumas eram tão famosas que foram inscritas no templo de Apolo em Delfos. A lista dos Sete sábios não foi sempre a mesma, mas a mais difundida, do tempo de Platão, é a seguinte: Tales de Mileto, Periandro de Corinto, Pítaco de Mitilene, Bias de Priene, Cleóbulo de Lindos, Sólon de Atenas e Quílon de Esparta.[1]
A história posiciona os Sete Sábios da Grécia (gr: οἱ ἑπτὰ σοφοί) no período da fundação das pólis, que pode ser traduzido por "cidade", termo que dá origem à palavra "política". Neste período (séculos VII e VI a.C.) desenvolve-se o conceito de política, tal qual a entendemos atualmente, como também as bases da cultura ocidental.
No parágrafo VII de sua obra República, de 51 a.C., Cícero escreve: "Os sete homens a quem os gregos chamaram de sábios foram todos versados na administração pública; e, realmente, em nada se aproxima tanto a virtude humana da divina como a fundação de novas nações ou a conservação daquelas já fundadas".

DISPONÍVEL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_S%C3%A1bios_da_Gr%C3%A9cia




QUÊM FOI MÁRIO QUINTANA?




Mário Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.
Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.
Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.

Mário Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades, por problemas financeiros e Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto. Na ocasião, o comentarista esportivo e ex-jogador da seleção Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto, Quintana disse: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas".
Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os oitenta anos de Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre Residence, um apart-hotel no centro de Porto Alegre, onde o poeta viveu até sua morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!".
Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado. Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.
Segundo Mário, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida.
Faleceu em 1994 em Porto Alegre. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre.

DISPONÍVEL: http://www.releituras.com/mquintana_bio.asp

                                                         
 

Ler devia ser proibido

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incómodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.»
Guiomar de Grammon
 
Guiomar de Grammon, In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro - Argus, 1999. pgs.71-73.]



SINTESE DO TEXTO: LER DEVIA SER PERMITIDO

Ler devia ser permitido, pois desenvolve um poder incontrolável. (capacidade crítico do homem) Sem ler o homem não saberia a extensão do prazer. (nem do conhecer) Pode provocar o inesperado: (porque) Os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Para o homem que lê não há fronteiras. A leitura é um poder, e o poder é para poucos, além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, e tantos outros sentimentos.


DOM QUIXOTE?
Don Quijote de la Mancha em castelhano é um livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). trata-se  de um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. A ação gira em torno das três incursões da dupla por terras de La Mancha, de Aragão e de Catalunha. Nessas incursões, ele se envolve em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade.

MADAME BOVARY?

 É um romance escrito por Gustave Flaubert que resultou num escândalo ao ser publicado em 1857
 O romance conta a história de Emma, uma mulher sonhadora pequeno-burguesa, criada no campo, que aprendeu a ver a vida através da literatura sentimental. Bonita e requintada para os padrões provincianos, casa-se com Charles, um médico interiorano tão apaixonado pela esposa quanto entediante. Nem mesmo o nascimento da filha dá alegria ao indissolúvel casamento ao qual a protagonista se sente presa.
Emma começa a se relacionar com outro homem e rapidamente se torna sua amante. Depois desse “amor” não dar certo, ela se entrega a outro, muito mais jovem que ela, e por isso ele nunca tem coragem de assumir esse romance e os dois acabam se separando. Diante destas desilusões amorosas, de dívidas que fizera e com a alma despeitada, Emma Bovary se mata e deixa claro que prefere morrer a enfrentar os eventuais problemas da vida.